terça-feira, 12 de abril de 2016

Sacrifício


O Sacrifício (do Latim: Sacrificium, sacri "sagrado" ficium "ofício" sendo traduzido como "oficio sagrado"), também conhecido como oblação, oferenda ou oferta, é a prática de oferecer aos deuses, na qualidade de alimento, a vida (designada como "vítima") de animais ou humanos, como ato de propiciação ou culto. O termo é usado também metaforicamente para descrever atos de altruísmo, abnegação e renúncia em favor de outrem.

Algumas civilizações antigas sacrificavam animais para terem vida farta, colheita, riquezas, ... pois já sabiam da lei da troca equivalente, ( para se obter algo primeiro você doa algo ) e uma vida era algo precioso na época para se ofertar a uma divindade. 






As religiões apresentam diversas razões pelas quais os sacrifícios podem ser realizados.

  • Os deuses necessitam do sacrifício para seu sustento e para a manutenção de seu poder, que diminuiria sem o sacrifício.
  • Os bens sacrificiais são utilizados para realizar uma troca com os deuses, que prometeram favores aos homens em retribuição pelos sacrifícios.
  • A vida e o sangue das vítimas dos sacrifícios contêm mana ou algum outro poder sobrenatural, cuja oferenda agrada os deuses
  • A vítima do sacrifício é oferecida como bode expiatório, um alvo para a ira dos deuses, que de outra maneira recairia sobre todos os homens.
  • Os sacrifícios privam as pessoas de comida e de outras comodidades, e como tal constituem uma disciplina ascética.
  • Coisas sacrificadas geralmente se tornam parte da renda da organização religiosa, por vezes base da economia para sustentar seus grupos e seus lideres.
  • O sacrifício é, na verdade, parte de uma cerimônia. Por vezes é consumido pelos fiéis. Habitualmente incorpora uma forma de redistribuição em que os pobres obtêm parcela maior do que sua contribuição.
  • Na Bíblia hebraica, Deus ordena que os israelitas ofereçam sacrifícios de animais no santuário, ou tabernáculo. Quando os israelitas já haviam chegado à terra de Canaã, ordenou-se que todos os sacrifícios terminassem, exceto os que aconteciam no Templo de Jerusalém. Na Bíblia, Deus pede sacrifícios como um sinal de sua aliança com povo de Israel. O sacrifício também era feito para que Deus perdoasse os pecados, uma vez que o animal estaria sendo punido no lugar do pecador.
Sacrifício no judaísmo

Os antigos judeus tinham como tradições, sacrificar algum animal do seu rebanho ( ovelha, carneiros,... ) para que deus pudesse perdoar seus pecados. 


Eles esperavam domingo chegar ( dia do Sol ), levavam o animal até um altar, fazia uma oração com uma das mãos estendidas sob o animal e passavam todos os seus pecados para o animal. Após a oração, o animal que agora se tornara "impuro", é sacrificado e seu sangue despejado no altar. Assim, deus perdoava seus pecados e dava bençãos.

Sacrifício na Grécia

Na religião da Grécia Antiga, o templo não servia de lugar ao culto onde os fiéis se reuniam para celebrar os ritos, o tempo é a casa do deus a que se consagrou. O lugar de reunião dos devotos era o altar exterior, o bomos, bloco de cantaria quadrangular onde se desenrolava o rito central da religião grega, o sacrifício.


O sacrifício era de origem alimentar, envolvendo um animal
doméstico como os que hoje nos servem de alimento, que seguia numa procissão ritual até ao bomos. A cabeça era cortada com uma espada curta, a machaira, que até ali estava dissimulada debaixo de cereal no cesto ritual, o kanun. 

O sangue que jorrava sobre o altar era recolhido num recipiente, tal como ainda se faz num açougue ou matadouro, e abria-se o animal para se examinar as entranhas, e em especial o fígado, de modo a concluir se o sacrifício era aprovado pelos deuses. No caso afirmativo, a vítima é esquartejada e dividida nas suas diversas partes, tarefa que atualmente se faz num talho. As gorduras e os ossos maiores, completamente descarnados, eram deixados no altar para serem cremados, processo pelo qual se enviava o produto sacrificial aos deuses. 

Alguns dos pedaços internos, os splanchna, eram grelhados em espetos neste fogo, pelos executantes do rito, e posteriormente distribuídos pelos mesmos, garantindo assim o contacto entre os deuses e os executantes do rito. O resto da carne era cozida e dividida em partes iguais para ser consumida no local, como consumação geral da festa sacrificial por todos os participantes. As peles e a língua eram entregues ao sacerdote, ou cidadão imaculado, que procedera ao sacrifício.

O que no sacrifício grego é, para os deuses, uma oferenda, para os homens é uma refeição de festa que desde a imolação ao repasto estava envolvida numa atmosfera de fausto e alegria, assim nasceu o que conhecemos hoje como o churrasco de domingo.


Sacrifício no Candomblé 



Sacrifício - vem da palavra sacrificar que no sentido religioso é oferecer em holocausto por meio de cerimônias próprias. Sua origem etimológica é sacr (de origem provavelmente judaica) e a palavra latina ofício).

No candomblé, esta parte do ritual denominada de sacrifício não é propriamente secreta; porém não se realiza senão diante de um reduzido número de pessoas, todos fiéis da religião.

Uma pessoa especializada no sacrifício, o Axogun, que tem tal função na hierarquia sacerdotal, é quem o realiza ou, na sua falta o babalorixá. O Axogun não pode deixar o animal sentir dor ou sofrer porque a oferenda não seria aceita pelo Orixá. O objeto do sacrifício, que é sempre um animal, muda conforme o Orixá ao qual é oferecido; trata-se, conforme a terminologia tradicional, ora de um animal de duas patas, ora de um animal de quatro patas, galinha, pombo, bode, carneiro. Na realidade não se trata de um único sacrifício: sempre que se fizer um sacrifício a qualquer Orixá, deve ser antes feito um para Exú, o primeiro a ser servido.

Sacrifício na ordem

Um membro da ordem deve ter conhecimento sobre sacrifício, mas não o pratica, pois é considerado ato de magia negra. O sacrifício de fato possui uma energia muito grande, ao sacrificar um animal uma energia intensa surge, como visto em algumas religiões antigas. De fato funciona e é algo que pode ser praticado sob orientação, mas não é recomendado na ordem por membros.

Um membro deve ter em mente também, que sacrifício pode ser visto como metáfora. Um membro deve sacrificar sempre o que será necessário para lhe trazer bens. Mas o sacrifício nesta frase é o sacrifício espiritual, aquele que fazemos sem derramamento de sangue. Devemos nos sacrificar todos os dias por quem nos amamos e para o que nós gostamos. 

Assim como uma árvore que deve ser podada dos galhos secos e ruins e restar apenas da boa folha, assim como sacrificar aquilo que nos faz mal e ruim, para que podemos crescer melhor e mais saudável. Assim como sacrificar um órgão ruim para evitar alguma doença maior ou até a morte.

O sacrifício tem 2 intenções dentro da magia, o sacrifício literal com sangue e o sacrifício espiritual, deve o membro ver qual irá escolher, ambos trazem algo em troca.

O membro tem total liberdade para praticar rituais com sacrifício, não será julgado por nenhum outro da ordem.

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